início da navegação

RESENHAS

(para fazer uma pesquisa, utilize o sistema de buscas no site) VOLTAR IMPRIMIR FAZER COMENTÁRIO ENVIAR POR E-MAIL

O sorriso de Serapião ......

Antonio Calloni*

LANÇAMENTO EM AGOSTO/2005.
Nas livrarias.

Antonio Calloni se aproxima do leitor qual um artista naif. O Brasil que ele revela parece ser à primeira vista o da infância histórica do país. Matutos, moças de babado, pífaros - um encanto imemorial aos olhos de quem vê seus quadros/contos a partir do umbigo dos grandes centros urbanos.

Mas só à primeira vista. Logo se percebe que esse autor, de escita musical, apresenta mais do que uma reconstituição das tortas relações "primitivas". Pois o que realmente está em questão aqui é uma certa dormência no ato de viver, uma flutuação sem destino aparente, vivida por criaturas à beira de um idílico estado demencial.

Amaralina é o amor de Serapião. O ritmo andante de uma narrativa quase em versos, a repetir suas palavras (feito jaculatória pagã) em melodias melancólicas, sem pressa de chegar a algum lugar, esse ritmo, sim, ainda nos fala de uma qualidade de afeto arcaico -, esquecido na babel de hoje. É este sentimento que puxa os personagens para a frente, antes que se desvaneçam em seu coagulado pensar. O próprio Serapião confessa a um perigoso comparsa: "Vou encontrar o meu amor".

A crueldade infantil atua também nesse livro envolvente, cálido, a mostrar que, mesmo que suas figuras pareçam saídas das mãos de um artista popular, como se as tivesse composto em barro, não, não existe lugar para o riso com seu significado unívoco, pedestre. O riso dos personagens desse paciente ourives Calloni extrapola o conteúdo de sua possível fonte, esgarçando-se para nada, ou, talvez, para o infra-humano do nosso cotidiano contumaz. Ah! fino prosador, alçando a nossa miséria à marca exemplar da fábula. (João Gilberto Noll)

orelha do livro O sorriso de Serapião e outras gargalhadas, de Antonio Calloni

Sobre o Autor

Antonio Calloni: Ator consagrado na telinha devido a sua participação em novelas como "Hipertensão", "Bambolê", "O Salvador da Pátria" e "Terra Nostra", da Rede Globo, Antonio Calloni tem também outra paixão artística, a literatura. Autor de um livro de poesias, "Os Infantes de Dezembro",que na época de sua publicação teve boa acolhida da crítica e do público, Calloni lançou pela Bertrand Brasil, o livro de contos "A Ilha de Sagitário". Segundo a escritora e crítica Olga Savary, Antonio Calloni mostra, pela desenvoltura e maneira segura como conduz histórias, "que a paixão pela literatura é tão forte quanto a arte de representar".

Leia ANTONIO CALLONI

 

< ÚLTIMA RESENHA PUBLICADA | TODAS | PRÓXIMA RESENHA >

LEIA MAIS

Metáfora da Vida e da Morte, enquanto realidades pertubadoras,  por Ronaldo Cagiano.
Fernando Cesário crava fundo sua prosa cirúrgica, para fazer uma incisão pungente no suplício que envolve a vida dos personagens dessa trama instigante.  Leia mais
Tu é Pedro Nava:um crime que ficou sem castigo,  por Ronaldo Cagiano.
Em "Tu é Pedro Nava:um crime que ficou sem castigo", Hygino, com sua habitual agudeza intelectual, aliado o faro investigativo do jornalista à abordagem literária de cunho ensaístico, explora, sem qualquer vezo sensacionalista ou iconoclástico, o rumoroso suicídio do autor juiz-forano.  Leia mais

Faça uma pesquisa no sítio

Utilizando-se uma palavra no formulário, pesquisa-se conteúdo no Sítio VerdesTrigos.

Ir ao início da página