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Bíblia Hebraica, a nova versão que não é uma redundância

por Moacir Amâncio *
publicado em 22/10/2006.

Moacir Amâncio ESPECIAL PARA O ESTADO

Existem várias e boas traduções da Bíblia em português. Uma grande tradução é aquela de João Ferreira de Almeida (a fiel), pela qualidade literária. A
Bíblia de Jerusalém é uma das versões autorizadas para uso em pesquisa, etc. Católicos ou protestantes, cada um conta com a sua Bíblia, com o objetivo de atingir a verdade do texto original.

No Brasil, onde existe vida judaica organizada há cerca de 150 anos, tinham aparecido as versões do Pentateuco (Torá) feita por Matsliah Melamed (Sêfer) e A Torá Viva (Maayanot). Faltava a parte complementar do conjunto, que forma a Bíblia Hebraica: Profetas e Escritos.

A questão que se colocava: o que fazer quando se tratava de estudar essa literatura específica numa escola judaica, antes do conhecimento suficiente do hebraico, ou quando um judeu pretendia ler a Bíblia Hebraica em português? Era preciso recorrer às traduções em voga e adaptá-las à linha de pensamento exigida. Por isso o editor e tradutor Jairo Fridlin reuniu um grupo de tradutores, educadores e rabinos para resolver o problema - sem entrar na questão de que, diante do texto bíblico original, o leitor se apóia em comentários e, no caso de estudiosos, em pesquisas lingüísticas. O resultado é esta edição da Bíblia Hebraica em português. Pode ser vista como serviço prestado a fiéis e uma contribuição para o diálogo entre as religiões, que se iluminam reciprocamente - os especialistas têm agora mais um elemento complicador e enriquecedor.

Fridlin e David Gorodovits se encarregaram da tradução, enquanto Uri Lam (responsável por tornar acessível em português O Guia dos Perplexos,de Maimônides) secretariou o grupo, e os demais se encarregaram de revisão técnica e outros tipos de assessoria especializada. Para chegar ao texto final, a equipe utilizou-se dos grandes exegetas antigos, que incluem desde rabinos talmúdicos e o tradutor aramaico Ônkelos, até os medievais Shelomô Itshak (Rashi), Ibn Ezra, Nahmânides, Maimônides, dom Isaac Abravanel, etc.

Possíveis diferenças com outras versões nem sempre são tão claras e podem obedecer a critérios eruditos e sutis, com implicações interpretativas em diversas áreas. Um exemplo está em Êxodo, 21:8, que talvez dê idéia da complexidade em pauta, pois, como sabemos, a Bíblia é muito difícil em qualquer idioma.

Trata-se do caso em que um pai vende a filha como serva e as conseqüências do ato. Diz o versículo: Se for má aos olhos de seu senhor para consagrá-la para si, ou remi-la, não poderá vendê-la (nem o pai) a outro homem após tê-lo servido e não havê-la desposado. O nó aqui está em outro homem. O original hebraico refere-se a povo estranho, o que é observado por Ferreira de Almeida e pela Bíblia de Jerusalém.No entanto, Ônkelos traduz para outro homem, assim como rabinos antigos entendem o versículo. Nada aqui é pacífico e não é este o espaço para análises do ponto, mas polêmicas à parte, os tradutores da Bíblia Hebraica procuraram as próprias tradições, que se explicam nela mesmas.

Os caminhos de contrastes e confrontos sugeridos a partir daí são suficientes para estimular o estudo. Não há motivo para se considerar esta nova tradução uma redundância, diante da quantidade de traduções existentes. Até porque, como enfatizam os editores, não se conhece até hoje um esforço semelhante em português, mesmo no passado da Península Ibérica anterior à inquisição e à expulsão dos seguidores de Moisés. Além disso, qualquer texto só pode ser lido à luz do momento presente, e as análises mais conclusões dependem do enfoque do leitor. Por esses motivos, a publicação não pode passar sem registro - ela tem evidente sentido histórico. ?

Moacir Amâncio é autor de Contar a Romã (Globo)

Sobre o Autor

Moacir Amâncio: Moacir Amâncio é poeta e jornalista. Como repórter do jornal O Estado de S. Paulo e da Rádio Eldorado viveu em Israel, onde estudou na Universidade Hebraica de Jerusalém. Seu primeiro livro, "Do Objeto Útil", premiado com o Jabuti em 1993, recebeu destaque da crítica pelo apuro de linguagem e sensibilidade minimalista plasticamente trabalhada. Sua terceira obra, O Olho do Canário, trouxe uma variedade de ritmos, com espaço para a prosa poética. Moacir Amâncio é autor também dos livros Contar a Romã, Figuras na Sala, Colores Siguientes e Uniqueness. Seus livros de poemas "Do objeto útil" e "Figuras" pertencem ao catálogo da Editora Iluminuras Ltda.

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