Rilke shake
Angélica Freitas

A poeta, que estréia com este volume, é uma autora em cuja obra o humor às vezes escrachado carrega uma dimensão trágica, de tristeza e deslocamento, que impede o poema de descambar para o irrelevante. É notável o espírito profanatório com que relê a tradição poética que a formou, à qual dedica, mais do que discursos laudatórios, uma língua ferina. Favorecendo a série de poemas para compor seu discurso, ela flerta abertamente com a popularidade e lembra, a alguns, o estilo da poeta portuguesa Adília Lopes, que tem uma Antologia publicada pela Cosac Naify.

"Rilke Shake", seu livro de estréia, traz desde o nome uma ironia iconoclasta frente aos mestres da poesia que se estende a Mallarmé ("você sabe quantas pessoas morrem por ano/ em acidentes com o mallarmé?") e a outros ("vamos nos livrar de ezra pound?/ vamos nos livrar de marianne moore?").
Com predileção pela série de poemas (e não o verso ou o poema isolado que lhe sirva de base narrativa), Angélica lembra a poeta portuguesa Adília Lopes e flerta com a popularidade. Quem sabe não seja ela a permitir ao público reconhecer um poeta à primeira vista? Aposto que isso vai dar em paixão". (JOCA REINERS TERRON).

Lançamento em São Paulo
Segunda-feira, 12 de março, às 20h
Bar Balcão - R. Dr. Melo Alves, 150 : Tel (11) 3063-6091

PS: A jornalista e poeta gaúcha Angélica Freitas -- que lança, nestes dias, seu primeiro livro (Rilke Shake) -- publicou poema inspirado em fotografia de Cristiano Mascaro - em homenagem do jornal ao Dia Internacional da Mulher (08/03). Não deixe de ver na Revista da Folha. (nforme de Periplus Weblog)

A Thesaurus Editora de Brasília convida para o lançamento do livro Ecolingüística - Estudo das relações entre língua e meio ambiente, de Hildo Honório do Couto, a realizar-se no dia 13/03/2007 (terça-feira), a partir das 19h no Restaurante Carpe Diem sito na SCLS 104, Bloco D, em frente a Igreja São Camilo.

"Partindo de conceitos ecológicos (ecossistema, inter-relações e diversidade), investigam-se as relações entre língua e meio ambiente, tanto o social quanto o mental e o natural. MA social: minorias lingüísticas, direitos lingüísticos, evitar falar mal do meio ambiente: isso induz a maltratá-lo. MA mental: gênese e uso da língua no cérebro. MA Natural: nomes de plantas, animais, medicina popular etc. e grupos étnicos".

Sobre o Autor:
Hildo Honório do Couto nasceu na zona rural de Patos de Minas-MG. Fez mestrado em lingüística na USP (1973), tornando-se professor desta disciplina na Universidade Estadual de Londrina no mesmo ano. Doutorou-se pela Universidade de Colônia (Alemanha), sobre a fonologia do guarani paraguaio, língua mista de espanhol (jopará). Isso levou-o para os estudos crioulos. A relação língua meio ambiente sempre apareceu, de uma forma ou de outra, em toda a sua produção. Em seu pós-doutorado na City University of New York (1997-1998), ele coletou uma série de materiais sobre o crioulística e ecolingüística. No ano de 2002, ele se aposentou, continuando como Pesquisador Associado no Programa de Pós-Graduação em Lingüística da Universidade de Brasília, onde vem orientando diversas dissertações de mestrado e teses de doutorado, todas nas áreas de crioulística e ecolingüística. O fato é que a partir dessa data, ele pôde unir o útil ao agradável, ou seja, sua ligação telúrica com o meio ambiente e a questão da linguagem. Ainda no início de 2000, entrou em contato com a Ecologia Profunda, formulada pelo filósofo norueguês Arne Naess, atualmente com 93 anos de idade. Isso foi reforçado quando, em agosto de 2005, ele começou a praticar tai chi chuan na Praça da Harmonia Celestial, na SQN 104/105 (Brasília), sob orientação do mestre Môo Shong Woo. Os princípios da filosofia subjacente a essa prática, o taoísmo, vieram confirmar tudo em que ele já acreditava e praticava. Isso pode ser respingado aqui e ali ao longo das 464 páginas de Ecolingüística: Estudo das relações entre língua e meio ambiente.

Mais Informações: 61 3344 3738 / 8473-9221

Demorou, mas rolou. Depois de anos de tentativa, a Festa Literária de Paraty trará J.M. Coetzee (em inglês, pronuncia-se "ketzi") para a quinta edição do evento, que acontecerá entre os dias 4 e 8 de julho.

Prêmio Nobel de Literatura de 2003, o sul-africano, um dos principais autores de língua inglesa hoje, é também um dos mais arredios entre seus pares para conceder entrevistas ou aparecer em público.

Atendendo a uma exigência do autor, a Flip quebrará a tradição de mesas-redondas para que o escritor fale sozinho, sem outros debatedores. Autor de "Desonra" (1999) e "Vida e Época de Michael K" (1983) -ambos vencedores do Booker Prize-, Coetzee também não quer falar de seus próprios livros. Sua exposição vai tratar da obra do dramaturgo irlandês Samuel Beckett (1906-1989).

A editora Companhia das Letras, que publica os títulos de Coetzee no Brasil, lançará "Slow Man" (Homem lento), de 2005, seu primeiro romance após vencer o Nobel. Nele, o alter ego literário do autor, o personagem Elizabeth Costello, invade a vida de um homem que perde a perna num acidente de bicicleta. (SYLVIA COLOMBO - FSP)

O escritor espanhol Luis Leante ganhou ontem, com seu livro "Mira Si Yo te Querré", a décima edição do Alfaguara, um dos maiores prêmios da literatura em língua espanhola, na categoria romance. Ele recebeu 132 mil (cerca de R$ 365 mil) e uma escultura de Martin Chirino.

O livro de Leante foi escolhido entre 574 inscritos -179 da Espanha e 395 de autores latino-americanos. Neste ano, o júri foi presidido pelo escritor peruano Mario Vargas Llosa e composto pelo colombiano Santiago Gamboa e pelos espanhóis Jose Luis Cuerda e Mercedes Monmani, entre outros.

Professor de latim em Alicante, Luis Leante, 44, escreveu outros dois romances, "El Vuelo de Las Termitas" (2003) e "El Canto del Zaigu" (2000).

De 16 a 25 de fevereiro, Ignácio de Loyola Brandão, Rubem Fonseca, Walcyr Carrasco, Luís Fernando Veríssimo, Moacir Amâncio, Ana Maria Moretzsohn, Pedro Bandeira, Affonso Romano Santanna, Marina Colasanti, André Sant’Anna, Márcia Camargos e Daniel Galera estiveram visitando Israel, a convite da Confederação Israelita do Brasil/CONIB e da Embaixada de Israel no Brasil.

O grupo cumpriu uma extensa agenda, palestrando a brasileiros que lá residem há anos; participando da 23ª Feira Internacional do Livro de Jerusalém, onde representaram o Brasil no Projeto ‘Autores do Mundo Escrevem a Bíblia’; conheceram o sistema judiciário e político do país, as principais instituições de ensino universitário, quando puderam conversar com os profissionais dos departamentos de literatura e TV e com autores, ocasião em que se decidiu estabelecer um trabalho conjunto para promover a tradução e a produção de livros entre Israel -Brasil e vice-versa. Também, estiveram com escritores drusos, israelenses e árabes, como Samy Michael e Tzruia Shalev. Visitaram o país de norte a sul, conhecendo pontos turísticos, religiosos e históricos, bem como puderam vivenciar o cotidiano da sociedade israelense. Encantados e satisfeitos com tudo que viram e ouviram, apesar da intensidade do programa, muitos declararam que tanto a cultura, como os cenários lhes inspiraram para futuros trabalhos. E essa afirmação já se refletiu em poemas feitos por eles no local.

No dia 24 de fevereiro, o escritor Luís Fernando Veríssimo recebeu por seu pai - Érico Veríssimo, uma homenagem do Governo de Israel por sua contribuição ao país que, através da obra ‘Israel em Abril’ deu um grande incentivo ao turismo. Na ocasião, Veríssimo declarou: “...Se meu pai voltasse aqui hoje, talvez comentasse o triste fato de 40 anos depois da sua visita, o direito de Israel existir ainda esteja em questão, e os obstáculos continuem os mesmos. E tenho certeza que, sendo um humanista e um pacifista acima de tudo, ele veria como obrigação moral da comunidade humana, contribuir para a sobrevivência, a prosperidade e a paz de todos nesta região, judeus e palestinos.Mais uma vez, obrigado . E termino com o que é também a última palavra do livro ‘Israel em Abril’ - SHALOM”. Concluindo a programação, os escritores foram levados a um bosque do Keren Kayemet le Israel, onde cada um plantou uma muda, registrando e perpetuando dessa maneira, sua visita ao país.

Valor Econômico - 9/3/2007 - por Cadão Volpato
O narrador do novo romance de Marçal Aquino é um homem marcantemente feio, filho de um palhaço de circo. E biógrafo de um anão. "Todo escritor que se preza tem seu anão", diz Marçal. Carson McCullers (Balada do café triste) e Rubem Fonseca (A grande arte) estão aí para confirmar essa tese. Marçal gosta de trabalhar com o que chama de "extravagância do verossímil". Porque, para ele, nada supera o real. No romance anterior, Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios (2005), o narrador planta maconha no quintal e tem um tatu de estimação. Pois o leitor, ainda assim, acredita, graças ao poder de fabulista que o autor vem aprimorando de livro para livro. Grande circo humano, o romance do anão, ainda está em obras.

Dentro da Coleção jovens inteligentes, a Global Editora traz, em um novo projeto gráfico, a 8.ª edição de Um sonho no caroço do abacate (80 pp., R$ 18,90), de Moacyr Scliar. Uma história que aponta e discute fatos do cotidiano de todo jovem e que, segundo o próprio autor, não foi escrita com o propósito de "dar lições", mas simplesmente para compartilhar, com os leitores, experiências que fazem parte de suas lembranças pessoais. Um garoto com um nome pouco comum - Mordoqueu Stern -, nascido em uma família de imigrantes de judeus lituanos, acaba se tornando um grande amigo de Carlos, um negro, filho de um consultor jurídico de uma grande estatal que tinha acabado de ser transferido de Salvador para São Paulo. Por motivos óbvios, os dois jovens encontraram alguma resistência para realizarem suas matrículas numa escola freqüentada por filhos de famílias abastadas.

Um grupo de intelectuais (escritores, cineastas, atores, arquitetos e ativistas sociais), de gêneros e religiões distintas, aceitou o desafio de falar de sua reflexão pessoal sobre Deus e discutir suas respostas mais íntimas para as grandes perguntas da existência. No livro Deus e eu (Casa da Palavra, 168 pp., R$ 29,90, trad. Eliana Aguiar), o cineasta e escritor italiano Antonio Monda entrevista: Paul Auster, Martin Scorsese, David Lynch, Saul Bellow, Jane Fonda, Spike Lee, entre outros. Monda está no Brasil este mês para o lançamento do livro no Rio (12/03 - às 19h30 - Livraria Argumento - r. Dias Ferreira, 417 Leblon); em Brasília (14/03, às 19h - Embaixada da Itália - SES - av. das Nações, Quadra 807, Lote 30) e São Paulo (15/03, às 19h30, Livraria Cultura Shopping Villa-Lobos - av. das Nações Unidas, 4.777 2º piso Pinheiros).

Publicação prevista para: 9/3/2007
Previsão de envio a partir de: 9/3/2007

Juiz de primeiro grau entendeu que foi ofensiva a afirmativa “mulher bonita e famosa que sai de casa de vestido sem nada por baixo no mínimo gosta de viver perigosamente - quando o esperado acontece, a culpa é do vento abusado". Turma Recursal reverteu a condenação.

Conheça a foto questionada.

Editora UNESP está comemorando, neste 2007, seus primeiros 20 anos! Com quase 1.000 títulos publicados em diversas áreas do saber, a Editora UNESP criou um projeto marcante no meio editorial e acadêmico e está sempre se renovando para proporcionar o melhor serviço editorial aos cidadãos brasileiros e à Universidade.

http://www.editoraunesp.com.br/

Elas merecem esse dia especial, embora todos os dias sejam especiais.

Colagem para todas as mulheres...
(rita lee, chico buarque, ana carolina e oswaldo montenegro)

Loiras, morenas, messalinas
Garotas de Ipanema, minas de Minas
Socialites, plebéias, rainhas decadentes
ou Irmãs La Dulce beatificadas ou não,

Toda mulher quer ser amada
Toda mulher quer ser feliz
Toda mulher é meio leila diniz

meio rita lee, meio ana carolina,
princesa, cameron diaz, Golda Meir,
meio ivete sangalo ou olga benário.

Me ensina a não andar com os pés no chão
Para sempre é sempre por um triz
Ah, diz se é perigoso a gente ser feliz.

Ahhhhh! Será que ela é moça
Será que ela é triste
Será que é pintura o seu rosto de atriz
Se ela dança no sétimo céu
Se ela acredita que é outro país
E se ela só decora o seu papel
E se eu pudesse entrar na sua vida.

E Se ela mora num arranha-céu
E se as paredes são feitas de giz
E se ela chora num quarto de hotel.

Que a arte nos aponte uma resposta
mesmo que ela não saiba
e que ninguém a tente complicar
porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
porque metade de mim é platéia
e a outra metade é a canção
E que a minha loucura seja perdoada
porque metade de mim é amor
e a outra metade também.

Peço paz aos filhos de abraão
Quero gandhi na melhor versão
E nada vai nos faltar, e nada te faltará
E nada vai nos faltar, e nada te faltará.

Este vídeo antigo [1999] trata da "famosa" sabedoria mundana... aquela que não está em livros, mas sim no simples "viver"!
Confira o texto e os links pra o vídeo.

YouTube: http://www.youtube.com/watch?v=ol2fN0bZCso
Download [12Mb]: http://www.4shared.com/file/11893482/e90f8555/Sunscreen_-_Usem_filtro_solar.html

Se eu pudesse dar um conselho em relação ao futuro, eu diria:"usem filtro solar". O uso em longo prazo do filtro solar, foi cientificamente provado. Os demais conselhos que dou baseiam-se unicamente em minha própria experiência. Eu lhes darei esse conselho:

Desfrute do poder e da beleza da sua juventude. Ou, esqueça...

A cantora AnandA se apresenta com sua banda dia 11 de março às 19:00 hs, no espaço Vittorio no Cittá América. Com os músicos Filippo Piloto e Marcelo Gigante, além do novo integrante Renan, a cantora levnata a platéia numa performance intensa e explosiva. Seu show conta com oito músicas próprias além de versões de artistas como Alanis Morissette, Red Hot Chili Peppers, Madonna e Ana Carolina. Ingressos a dez reais. Av. das Américas 700, 3º andar. Confira!

A escritora paulistana Yara Camillo lança seu segundo livro de contos, "Volições", no próximo dia 17, às 18h, na Casa das Rosas, São Paulo, recebendo amigos e interessados para uma sessão de papo e autógrafos. O novo livro reúne contos novos e alguns do "Hiatos", que passaram por um repensamento pelo editor Massao Ohno, que Yara explica na entrevista que me concedeu.

Ela também tem novidades em relação à sua prosa, e poderá transformar certo conto do "Hiatos" num romance, com um personagem que cativou muita gente pelo cômico e o patético. Em todo caso, vale prestar atenção aos caminhos que Yara vem tomando.

Ela também participará, em Poços de Caldas, no dia 24, da Segunda Feira Nacional do Livro, com uma proposta de oficina, e de um debate com Chico Lopes, Nelson de Oliveira e David Oscar Vaz.=>>>> Leia mais

Meu novo livro está sendo traduzido para o inglês antes mesmo de sair em português. A razão? Experimentar o sistema de impressão e distribuição on demand. Se tudo der certo, você poderá comprá-lo em dólares, na Amazon.com, pelo dobro do preço que pagaria aqui. Frete é um problema. Língua é outro, se você não entender inglês.

Contratei um tradutor para fazer a versão, pois, apesar de eu traduzir inglês-português, a regra manda que a versão seja feita por um nativo no idioma destino, neste caso, o inglês. Mesmo assim, precisei reescrever algumas partes, mudando meu raciocínio para o inglês enquanto escrevo. É que boa parte da bagagem de nuances, trocadilhos e insinuações que carrego em meus textos acaba extraviada na viagem ou é confiscada pela alfândega quando vai para o exterior. >>>> Leia mais

O Estado de S. Paulo - 6/3/2007 - por Patrícia Villalba
Médico que se tornou escritor ou um escritor que se tornou médico, o gaúcho Moacyr Scliar comemora seus 70 anos, que se completam no dia 23, cada vez mais convencido de que não há mesmo muita divisão entre sua obra, vida pessoal e trajetória profissional. Tanto que o título de sua autobiografia - O texto, ou: a vida - remete à primeira vista ao menino que cresceu admirando profundamente escritores e acabou se tornando um deles. O livro, que chega na semana que vem às livrarias, pela editora Bertrand Brasil, mistura as memórias do autor a um apanhado de textos escolhidos, que acabam servindo como ilustração de sua própria história de vida. "Essa coisa de imortal é curiosa. Ontem quando entrei no avião me reconheceram e alguém disse 'esse avião não vai cair, porque tem um imortal a bordo", contou Scliar em uma entrevista para o Estado de S.Paulo. >> Leia mais

Escritores consagrados e novos conversarão com o público, em meio a lançamentos, oficinas, debates e stands de muitas editoras na 2ª Feira Nacional do Livro de Poços de Caldas, entre 20 e 25 de março. A Feira recebeu mais de 25 mil visitantes em sua primeira edição, no ano passado, e tem uma expectativa de público ainda maior neste ano.

Nomes como os de Nelson de Oliveira, Ignácio de Loyola Brandão, Yara Camillo e David Oscar Vaz trazem à próxima Feira Nacional do Livro de Poços de Caldas, em segunda edição, acontecendo entre 20 e 25 deste mês, idéias sobre um tema que é pouco debatido na vida literária de Poços: o lugar da literatura contemporânea numa cidade cujo passadismo é notório. >>>>> por Chico Lopes.

Leia mais e participe da Feira.

MOACYR SCLIAR - COLUNISTA DA FOLHA
"Borat" surpreende o espectador pelo humor sarcástico, não raro grosseiro, capaz de apelar para estereótipos, inclusive os anti-semitas. Já no início somos apresentados a uma "corrida do judeu", na qual aldeões de um fictício Cazaquistão perseguem bonecos. Mais adiante o personagem revela a sua crença de que judeus podem virar baratas. E pergunta a um vendedor qual o melhor tipo de arma contra judeus.

É o politicamente incorreto na sua versão mais escrachada e raramente vista no cinema. A surpresa chega ao auge quando se descobre que Sacha Baron Cohen, o criador e intérprete do personagem é, ele próprio, de família judaica e praticante da religião, que inclusive evita os alimentos não permitidos.

Judaísmo e humor é um binômio bem conhecido, mas é isso humor judaico? Para responder à pergunta é preciso definir humor judaico, um tipo peculiar de humor de surgimento relativamente recente.=>>>> Leia mais

O repórter cazaque Borat não choca por causa de seu anti-semitismo e misoginia: ele choca por mostrar como essas idéias são comuns

Até o início deste ano, Borat Sagdiyev era "a sexta pessoa mais famosa do Cazaquistão", segundo sua própria contabilidade. Mas, no resto do mundo, era conhecido apenas dos fãs da série Da Ali G Show, que foi produzida pela rede HBO e na qual o comediante inglês Sacha Baron Cohen encarnava seus três personagens habituais – o rapper branco Ali G, o fashionista austríaco Brüno e o próprio Borat.

Por razões inexplicáveis, Borat, que não pára de gerar manchetes (e, mais surpreendente, discussões) desde que foi mostrado no Festival de Cannes, deve ser lançado no Brasil apenas em fevereiro. Ninguém precisa esperar tanto, porém, para se inteirar do fenômeno: Borat, claro, é um ícone da internet. Só no YouTube há quase 6 000 clipes estrelados por ele. Vários são trechos do filme, como a cena na qual, depois de dar um beijo molhado e profundo numa moça, ele a apresenta como sua irmã – e "a quarta prostituta mais popular do Cazaquistão" (o repórter adora estatísticas). Outros clipes foram colhidos do Da Ali G Show. Um já virou clássico: em um bar country do Sul americano, a freguesia acompanha entusiasmada o cazaque no refrão do que ele diz ser uma canção típica de seu país – "joguem o judeu no poço".

Sacha Baron Cohen, de 35 anos, é filho de um casal ortodoxo. Ele próprio é judeu praticante, e graduou-se em história na Universidade de Cambridge com uma tese sobre o papel dos judeus nos movimentos americanos pelos direitos civis. Borat não é, portanto, fruto do acaso. É resultado de um projeto que visa mostrar, de forma sistemática, como o ódio não é propriedade dos que o propagam de forma ativa – é também fermentado e nutrido pelo conformismo e pela ignorância.

Uma das indicadas ao “Prêmio Ethos de Jornalismo” em 2006, Raquel Stivelman lançará o livro "O ódio entre os homens - anti-semitismo: o mais longo dos ódios" (editora Imago) – resultado de mais de dois anos de extensas pesquisas em fontes das mais diversas origens.

O evento está marcado para o dia 20 de março, a partir das 19:30h, na Livraria da Travessa (Shopping Leblon).

T R A V E S S A L E B L O N
Shopping Leblon - Av. Afrânio de Melo Franco, 290 - Leblon - 2º piso - Rio de Janeiro
Telefone: (21) 3138 9600

Parte do público da Sapucaí disse que sim, mas o que é que isso tem a ver com jornalismo, mesmo?

Tem a ver com um dos fundamentos da profissão: adjetivo é informação de pior qualidade, porque depende da interpretação de cada um. Posso achar um homem de 1,8 metro e 90 quilos gordo.

Mas, se ele quiser ser lutador de sumô, seu treinador vai achá-lo magro. Se o sujeito praticar musculação, pode estar no peso perfeito –já que músculos pesam mais que gordura.

Quando for escrever uma reportagem, lembre-se de que há sempre uma informação factual que dá conta do que você quer dizer com o adjetivo e ainda torna o texto mais interessante.

Este é apenas parte de um post do NOVO EM FOLHA. O blog Novo em Folha é uma extensão do programa de treinamento em jornalismo diário da Folha de S.Paulo.

HUDSON CORRÊA, da Agência Folha, em Dourados
Prostituição, filhas grávidas do pai, violência e suicídio são registrados na região

Famílias dependem de cestas básicas oferecidas por governos estadual e federal; MS suspendeu distribuição em janeiro

Donos de menos de 40 mil hectares de terra, cerca de 30 mil índios guaranis e caiuás de Mato Grosso do Sul estão confinados. Falta terra em um ambiente de miséria.Há casos de desnutrição infantil, alcoolismo, prostituição, filhas grávidas do pai, violência (ao menos 60 índios são presidiários), suicídios (11 enforcamentos em 2006) e conflito pela posse da terra (uma índia de 70 anos foi morta a tiros em janeiro dentro de uma fazenda).

Com esse quadro, as famílias dependem de cestas de alimentos dos governos estadual e federal. Apesar disso, algumas famílias trocam cestas por bebida alcoólica, segundo lideranças. Nas duas etnias, a desnutrição causou a morte de 47 crianças indígenas menores de quatro anos de 2005 a fevereiro deste ano, segundo a Funasa (Fundação Nacional de Saúde).Em janeiro e fevereiro deste ano foram seis mortes relacionadas à desnutrição.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u89951.shtml