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"Autores e Leitores" entrevista Henrique Chagas, do portal Verdes Trigos

por .::. Verdes Trigos Cultural .::. *
publicado em 06/04/2007.

Henrique Chagas, escritor e advogado, radicado em Presidente Prudente/SP, concedeu entrevista ao portal "Autores e Leitores", onde destacou a relevância do papel "religioso" na sua obra. Henrique não se vê como um ser fortemente influenciado pela religião no seu sentido comum, mas sente-se religado ao Eterno. "Assim, creio que não sou nada religioso no sentido comum, mas sou extremamente religioso no sentido ontológico da palavra. Desde que me entendo, sempre me vejo religado a uma força transcendente. Busco sempre identificar-me com Aquele cujo nome é impronunciável. Esse religare transparece nas minhas idéias e nos meus textos; e, mais, materializa-se na reflexão do sentido da nossa existência e da nossa identidade humana", disse Henrique. Henrique revelou que está trabalhando um romance: "Escrevo um romance cuja temática é exatamente esta reflexão sobre o sentido da existência humana, muito mais profundo que nosso mero sentido religioso, ao contrário, projeto nas personagens as nossas dificuldades de compreensão do sagrado e do profano. Penso que não existem coisas sagradas e coisas profanas. Tudo é sagrado, já dizia Djavan. Nessa busca de identidade as personagens se esbarram com a sua inexorável pequenez frente ao universo, ao aquecimento global, à escassez de água que já se avizinha, muito embora neste mundo pós-moderno tudo seja facilitado pela tecnologia de ponta". Falou ainda do seu trabalho como advogado e especialmente de Verdes Trigos. Acompanhe a entrevista, que foi concedida ao portal "Autores e Leitores"

AUTORES E LEITORES: Henrique Chagas, seu currículo é impressionante; filósofo, psicólogo, advogado e professor. Quando e como o escritor se manifesta?

Henrique: Em razão do exercício da advocacia, minha atividade preponderante, o lado escritor sempre transpira. Vivo do pensar, e, de organizar o pensamento e de manifestá-lo através dos textos, sejam jurídicos, literários ou jornalísticos.Quando estudei filosofia e psicologia, nos meus tempos de seminário (fui religioso), comecei a dedicar-me à escrita. Naquela época, minhas veias literárias saltavam através de poemas, de crônicas e de um romance inacabado, que optei por não terminá-lo jamais. Agora, como operador do direito, a escrita se constitui na ferramenta essencial e indispensável. Entretanto, o escritor se manifesta sempre, pois, nas petições jurídicas há incremento de referências literárias. Sinto que é preciso dar um toque artístico nelas, até para que tenham alguma graça e beleza.

AeL: Como conciliar tantos interesses e responsabilidades?

Henrique: No mundo pós-moderno a vida é uma correria para todos. Trabalho para uma grande empresa como advogado, por isso procuro desempenhar minha função com arte e beleza. Como membro da OAB, atualmente, na comissão de eventos culturais, colaboro organizando eventos para a classe e para a comunidade. Na semana passada, estive envolvido com um bate-papo filosófico cultural, cujo tema foi a formação da consciência critica ; e, para a nossa alegria, teve uma excelente receptividade na nossa cidade, com o apoio da mídia, inclusive. Por conta destas atividades, acabei falhando com Autores e Leitores, pois atrasamos na entrega desta entrevista, e, a todos os leitores apresento as minhas sinceras escusas. Entretanto, o que mais me agrada não são as atividades ligadas à advocacia, embora me dêem muitas alegrias, mas aquelas que se apresentam no portal Verdes Trigos, meu sítio cultural e literário.

AeL: Fale-nos do portal VERDES TRIGOS. Como, quando nasceu a idéia e a vontade de abrir um espaço para os diferentes ideais?

Henrique: Verdes Trigos nasceu em 1998, numa noite de rara inspiração. Queria naquela época escrever um livro on line. Naquele tempo não havia ainda os blógues, mas eu imaginava escrever um livro com a participação do leitor, uma inusitada experiência que, tempos depois, Mário Prata realizou. Penso que o processo de criação é algo solitário, sem dar muita explicação, e o que eu pretendia fazer on line era escancarar o processo criativo. Gosto de estudar o processo criativo dos grandes autores, como Guimarães Rosa, Graciliano Ramos ou Machado de Assis, com todos os seus rabiscos, cortes, correções, trocas de títulos ou subtítulos.

Pretendia, então, também fazê-lo, mas em tempo real, onde os internautas pudessem acompanhar a criação e nela interferir através de comentários, críticas ou sugestões. Surgia, então, um embrião dos propagados blógues. Logo, no inicio, além de escrever o livro propriamente dito, comecei a comentar os livros e artigos que lia e que davam fundamentação ou serviam de inspiração ao livro. Muito interessante, todavia, o processo criativo ficou totalmente obsceno, escancarado. Preferi continuar o livro na solidão do quarto, na sua penumbra. Entretanto, dei seguimento à publicação de resenhas e ensaios literários.
Assim nasceu Verdes Trigos. Mais do que uma atitude, Verdes Trigos é também uma idéia e um conceito filosófico, onde procuro cultivar a esperança num mundo melhor, que se passa pela leitura, pelo estudo e pela dedicação a estes bens imateriais que produzimos e consumimos.

AeL: A forte orientação religiosa influi em seus trabalhos? De que forma ela se materializa nas suas idéias e textos?

Henrique: Não sei se tenho uma forte orientação religiosa no seu sentido comum. Não sou muito apegado à religião. No seminário católico não fui nada devoto aos santos e à madre igreja. Lembro-me que em 1980 quando o papa Joao Paulo II esteve no Brasil pela 1ª. vez, foi-me oportunizado ouvi-lo num encontro para religiosos num colégio em São Paulo. Não fui. Optei por descansar num rancho às margens da represa de Furnas em Paraguassu/MG. Deixei a congregação religiosa em 1982. Em 84 descobri os escritos de Calvino e Lutero. Descobri especialmente o subjetivismo da fé calvinista e deixei à margem do caminho os aspectos objetivos da fé católica. Por anos, vi-me como um verdadeiro protestante. Ainda entendo que o melhor protestante é católico (no real sentido do termo: universal) e o melhor católico é sempre protestante. Enfim, com o passar dos anos os protestantes passaram a ser denominados genericamente de evangélicos, igualando todos, de luteranos, presbiterianos aos pentecostais.

Somente mais tarde, descobri que tenho raízes na cultura judaica. Meus avós são descendentes de marranos perseguidos pela inquisição portuguesa. Judeus que se converteram na marra ao catolicismo. Meu avô mudou de sobrenome em razão da perseguição, levava o sobrenome Terra e mudou para Chagas. Juro que prefereria ser um dos Terras. Entretanto, os membros mais antigos da família mantiveram o sobrenome Terra como apelido. Depois desta descoberta, fui à Jerusalém. Encantei-me com a cidade, senti-me como se tivesse voltado à terra dos meus ancestrais. Passei, então, a estudar o judaísmo, um judaísmo nada ortodoxo, diga-se de passagem. Assim, creio que não sou nada religioso no sentido comum, mas sou extremamente religioso no sentido ontológico da palavra. Desde que me entendo, sempre me vejo religado a uma força transcendente. Busco sempre identificar-me com Aquele cujo nome é impronunciável. Esse religare transparece nas minhas idéias e nos meus textos; e, mais, materializa-se na reflexão do sentido da nossa existência e da nossa identidade humana.

AeL: Quais são seus projetos pessoais em relação à literatura além do portal VERDES TRIGOS?

Henrique: Verdes Trigos é a ponta de um iceberg. Por trás existem vários projetos pessoais a ele conectados. Escrevo um romance cuja temática é exatamente esta reflexão sobre o sentido da existência humana, muito mais profundo que nosso mero sentido religioso, ao contrário, projeto nas personagens as nossas dificuldades de compreensão do sagrado e do profano. Penso que não existem coisas sagradas e coisas profanas. Tudo é sagrado, já dizia Djavan. Nessa busca de identidade as personagens se esbarram com a sua inexorável pequenez frente ao universo, ao aquecimento global, à escassez de água que já se avizinha, muito embora neste mundo pós-moderno tudo seja facilitado pela tecnologia de ponta.

AeL: Você desempenha a função de advogado em um grande banco brasileiro. Não há conflito em ser um profissional sério que analisa as leis e as interpreta da melhor maneira para seu cliente e a sensibilidade pessoal e artística neste momento conturbado da história brasileira no que se refere às injustiças sociais?

Henrique: Como advogado, como falado anteriormente, procuro colocar arte e beleza no meu trabalho. A empresa para qual trabalho me vê como profissional sério e competente. Há 15 anos sou advogado desta grande empresa; ela sabe que antes de ser advogado na defesa dos interesses do cliente, sou acima de tudo o advogado do direito e da justiça. Os interesses do cliente passam por este crivo. A valorização do profissional advogado passa pela insofismável e intransigente defesa do direito, ao contrário, o profissional está fadado ao descrédito e fracasso.

É verdade, o momento histórico é conturbado, e não somente no Brasil, mas em todo o mundo, e em todos os aspectos da vida e não somente no que se refere às injustiças sociais. O mundo vive um momento de crise ética. Todos querem direitos, mas sem qualquer obrigação correspondente. Esta é a grande briga.
Nossa Constituição é uma carta de direitos. E as obrigações?! Minha sensibilidade pessoal e artística, como operador do direito, me conduz a atuar junto à OAB, através da comissão de eventos culturais, onde discutimos questões filosóficas, éticas e morais. A verdade, caso ela exista, é que as injustiças decorrem do descumprimento de obrigações pelo Estado, pelas empresas e pelos cidadãos. O estímulo ao cumprimento das obrigações sociais e legais, por certo, vão interferir diretamente na solução de grandes injustiças. E o cumprimento das obrigações inicia comigo, com cada um de nós. Somos inteiramente responsáveis por tudo o que acontece, mesmo porque somos nós que elegemos os políticos. Por isso, penso que é nosso papel formar opinião, para isto contamos com a escrita.

AeL:De forma ampla, como um autor com seu saber e talento pode colaborar com a cultura e a literatura brasileira?

Henrique: Nessa linha de argumentação, creio que a maior contribuição do autor é fazer diferença no seu meio, com a sua escrita, seu saber e seu talento, apontando caminhos e destinos. O autor é uma espécie de profeta; e deve exerce sua profecia com arte e sensibilidade.

AeL:O que você diria a um jovem que demonstra interesse em expor suas idéias através da literatura?

Henrique: Não tenha medo de se expor é o segredo; claro, com o tempo, o jovem autor aprende a organizar suas idéias e a dar-lhes forma estética e artística. O direito autoral está na forma e na originalidade como o autor organiza as idéias. Não existem direitos autorais sobre a idéia, mas sim sobre a forma como a expõe. Digo sempre: não tenhas medo.

AeL: Como você teve conhecimento da existência do portal AUTORES e LEITORES? Como você vê esta iniciativa?

Henrique: Através da internet, esta maravilha tecnológica que nos aproxima e ao mesmo tempo nos distancia e nos faz solitários. O portal Autores e Leitores é fantástico, pois aproxima a fome com a vontade de comer. Ele coloca os autores diante dos seus leitores e facilita o ingresso dos jovens autores no mercado editorial. A iniciativa é excelente. Através do portal, jovens autores se cooperam e produzem suas obras. Isso é ótimo.

AeL: Quais são as suas expectativas em relação ao "AUTORES E LEITORES"?

Henrique: Vislumbro horizonte de brigadeiro. Creio que o cooperativismo é a melhor solução para os projetos sociais. E o portal funciona como uma espécie de cooperativa, pois aproxima e congrega os autores e os coloca junto aos leitores, que passam a tem acesso facilitado aos autores, que tem muito a dizer à sociedade.

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