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Tortografia

RICARDO CORONA*

"Os autores se servem do desenho e da linguagem verbal para passar de um ao outro sem hesitações, para fazer viver um espaço que eles não param de criar, de traduzir, de transformar, de induzir para depois inverter a indução. O observador é então obrigado a organizar, desfazer, religar, comparar, circular de um ponto a outro, num processo de construção e desconstrução simultâneo a um pensamento vivo."

Assim o crítico de arte Fernando Bini, refere-se aos trabalhos de Tortografia, livro feito em parceria pela artista plástica Eliana Borges e o poeta Ricardo Corona (SP, 2ª. Ed. Iluminuras, 2003).

Eliana Borges e Ricardo Corona, além de desenvolverem seus trabalhos individuais e estarem à frente de projetos coletivos importantes como a revista de poesia e arte "Medusa" (editada no período de 1998/2000 e que atualmente se desdobrou em selo editorial), durante dez anos, produziram vários trabalhos visuais, dos quais somente alguns foram divulgados através de exposições de arte e publicados em veículos especializados como o extinto jornal curitibano "Nicolau", a revista carioca "Almanaque", a francesa "Calligramme" e a argentina tse=tse, entre outros. Segundo os autores, devido às dificuldades próprias de produção de livros como este, cujo acabamento e impressão envolvem custos significativos, o livro foi feito aos poucos, com a pressa do prazer. A primeira edição foi beneficiada por um projeto aprovado pela Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Curitiba e incentivado pelo Banco HSBC.

O título Tortografia – devedor da expressão criada por Augusto de Campos em seu estudo introdutório "e. e. cummings: Olho e Fôlego", publicado pela primeira vez em e. e. cummings – 10 Poemas (1960) –, desdobra-se em acepção neológica que subverte o significado do vocábulo grego kalligraphía ("escrita bela").

O volume de 64 páginas traz trabalhos resultantes de uma confluência de linguagens, feitas com múltiplas grafias (fotografia, serigrafia, caligrafia, radiografia, etc), com desdobramentos da poesia para o universo das artes plásticas e desta para o campo poético. Uma obra abrangente, contemporânea e localizada na fronteira dos gêneros, em território híbrido e, por isso mesmo, magnetizada por experiências de diversas fontes e procedimentos.

(...) "já não teria utilidade aplicar prefixos ou sufixos rótulos de tendências ou movimentos gerais aos quais inscrever este livro que se insere, por força irrepetível, de todas as maneiras (mas não de qualquer maneira) numa corrente mais ampla, que tem transbordado generosamente as noções da crítica interpretativa ou genealógica" (...) escreveu o poeta e editor argentino Reynaldo Jiménez, na apresentação que somou ao livro mais que olhar crítico, mas afluência contextual.

Sobre os autores:

Eliana Borges é artista plástica. Graduada em Artes Plásticas pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo – FEBASP e pós-graduada em História da Arte pela Fundação Armando Álvares Penteado – FAAP (SP).

É autora do livro de fotografias Arteiros (Curitiba, FCC, 1998). Ilustrou o livro infantil O sumiço do sol (Curitiba, Editora Arco-Íris, 1993) e, em parceria com Ricardo Corona, organizou as antologias Sopa de letras – Antologia de poemas e desenhos infantis e Tirando de Letra – Antologia de poemas e desenhos infanto-juvenis (Curitiba, FCC, 1997). Foi editora de arte da revista de poesia e arte Medusa.

Ricardo Corona vive em Curitiba (PR) desde 1988. Cursou comunicação na FEBASP (1987), em São Paulo (SP). É autor dos livros de poesia A, com desenhos do artista plástico Said Assal (SP, Ed. Arte Pau-Brasil, 1988), Cinemaginário (SP, Ed. Iluminuras, 1999), Bem feito pra você, com o fotógrafo Chico Link e o poeta Flavio Stankoski (Curitiba, edição dos autores, 1994); da história infantil O sumiço do sol (Curitiba, Ed. Arco-Íris, 1993), e do CD de poesia Ladrão de fogo (Curitiba, Ed. Medusa, 2001). Em 1998, organizou a antologia Outras praias / Other Shores (edição bilíngüe – SP, Ed. Iluminuras, 1998) e criou a revista de poesia e arte Medusa, que editou em parceria com Eliana Borges até 2000.

Sobre o Autor

RICARDO CORONA: Ricardo Corona (1962, Pato Branco/PR) é autor, entre outros, dos livros de poesia Cinemaginário (1999), Corpo sutil (2005) e Tortografia, em parceria com Eliana Borges (2003) – todos pela editora Iluminuras. Em 2001, lançou o CD de poesia Ladrão de fogo (Medusa). Organizou a antologia Outras praias – 13 poetas brasileiros emergentes / Other Shores – 13 Emerging Brazilian Poets (edição bilíngüe – ed. Iluminuras, 1998). Traduziu em parceria com Joca Wolff o livro-poema a.A Momento de simetria (Curitiba, Ed. Medusa, 2005), de Arturo Carrera. Integrou as antologias Outras praias (1998), Pindorama – 20 poetas de Brasil (Argentina, 2000), Na virada do século – Poesia de invenção no Brasil (2002), Passagens – Antologia de poetas contemporâneos do Paraná (2002) e Cities of Chance: New Poetry from the United States and Brazil (Rattapallax, EUA, 2003), acompanhada de CD de poesia, no qual participa com o poema “Ventos e uma alucinação”. Participou também da antologia Os cem menores contos brasileiros do século (org. Marcelino Freire, SP, Ateliê Editorial, 2004) e da mostra “Brasil: Poetry Today”, publicada na revista Slope (EUA, 2004). Tem poemas musicados por Vitor Ramil, Ana Lee, Neuza Pinheiro, entre outros. Em 1998, criou a revista de poesia e arte Medusa, e, em 2004, a revista de poesia e arte Oroboro, a qual edita em parceria com Eliana Borges. Em 2006, seu primeiro livro de poemas, Cinemaginário integrou o projeto Rede Saber, com nova tiragem e distribuição dirigida ao acervo das bibliotecas da rede pública. Reside em Curitiba (PR).

 

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