Crônicas,contos e outros textos

PÁGINA PRINCIPAL LISTA DE TEXTOS Manoel Hygino dos Santos


COMPARTILHAR FAVORITOS ver profile do autor fazer comentário Recomende para um amigo Assinar RSS salvar item em delicious relacionar no technorati participe de nossa comunidade no orkut galeria relacionar link VerdesTrigos no YouTube fazer uma busca no VerdesTrigos Imprimir

São Miguel das Missões Verdes Trigos em São Miguel das Missões/RS - Uma viagem cultural

VerdesTrigos está hospedado no Rede2

Leia mais

 




 

Link para VerdesTrigos

Se acha este sítio útil, linka-o no seu blog ou site.

Anuncie no VerdesTrigos

Anuncie seu livro, sua editora, sua arte ou seu blog no VerdesTrigos. Saiba como aqui

Um país de não-leitores

por Manoel Hygino dos Santos *
publicado em 10/04/2006.

Li, no Verdes Trigos, de Henrique Chagas, uma verdade identificada no Reino Unido. Somos um país de não-leitores. Quem informa é um semanário britânico, em artigo associando a situação precária de nossas bibliotecas públicas e o baixo índice de leitura às vergonhosas taxas de juros e taxas de criminalidade. É tema para aprofundadas e extensas análises. Mas há verdade no que se disse, afianço.

No Brasil, caçoamos da ignorância dos súditos de Tio Sam, que não sabem qual é a capital do Brasil, supondo inúmeros que seja Buenos Aires. Mas, em termos de conhecimento, somos também excelsos apedeutas, cujo costume é criticar a ignorância alheia. E não é por falta de livros, de informação, de maneira geral.

Em verdade, diz o conterrâneo Paulo Narciso, há algo assombroso. Nunca houve tanta oferta de informação, tão variada e abundante, e nunca se viu tanta gente desinformada. Mesmo os universitários, que deixam a universidade rigorosamente com o mesmo nível de conhecimento que têm os que entram... ou seja, nenhum. Ou quase.

De fato, muitos dos que terminam o curso superior não sabem o que sabiam, há sessenta anos, os rudes alunos do curso primário do passado. Afinal, o que estaria acontecendo no Brasil? Há muitíssimos sabidos e poucos sábios.

Não é, a rigor, o que acontece em outras nações de nossa sofrida América Latina. No Chile e no Uruguai, ocorre praticamente o contrário. No segundo, ao submeter-me à provas para conquistar o título de bacharel, enfrentei rigorosas juntas de mestres para apertar-me e extrair algum conhecimento que possivelmente tivesse. No entanto, nem sempre as condições materiais lá são especialmente favoráveis aos seus estudantes, comparativamente aos nossos.

A grande e dura pergunta: que país vamos entregar a nossos filhos? O próprio presidente da República confirmou o baixo nível de ensino que se propicia a nossas crianças e adolescentes, em discurso, meses atrás.

Estão o governo, os editores, os escritores, os professores caçando leitores, ainda que usando a lanterna de Diógenes. Mas não é muito fácil, mesmo com as inúmeras iniciativas adotadas recentemente. Há feiras de livros, mostras, toda espécie de promoção. É louvável e imprescindível.

Ocorre, todavia, a existência de outras atrações por aí, embora até nocivas à infância e adolescência. Desde a televisão às festinhas, os embates esportivos, até as drogas, das mais leves às pesadas, facilitadas à porta dos próprios educandários. E, com tais ingredientes, as assimilações dos ensinamentos se torna difícil.

As autoridades, justiça se faça, estão obrando bem. Pouca gente, por exemplo, sabe que qualquer pessoa tem livre acesso a um portal da internet, com 11.265 textos, além de 3.917 imagens, 115 músicas e 19 vídeos.

O site, criado em novembro de 2004 pela Secretaria de Educação à Distância do Ministério da Educação, disponibiliza obras em domínio público. Ou seja, aquelas que podem ser divulgadas mesmo sem a permissão do autor ou de seus herdeiros, além daquelas cuja publicação já tenham sido autorizadas por seus autores.

Essa notável biblioteca está crescendo e só pode ser útil a esses que começam a vida e a formação. Não é possível que desejemos permanecer como uma nação de mal informados, ou de analfabetos intransigentes.

A verdade verdadeira, é que as nações modernas não se desenvolvem, sequer sobrevivem, sobre sólidas bases, as do conhecimento. Estas são fornecidas pelos livros e pela leitura, mesmo com ajuda do computador.

Sobre o Autor

Manoel Hygino dos Santos: *Jornalista e escritor. Membro da Academia Mineira de Letras, cadeira n. 23.

Livros publicados:
Vozes da Terra , Ed. do Autor , Belo Horizonte , 1948 , Contos e Crônicas
Considerações sobre Hamlet , Ed. Imprensa Oficial de Minas Gerais , Belo Horizonte , 1965 , Ensaio Histórico – Literário
Rasputin – último ato da tragédia Romana , Ed. Júpiter , Belo Horizonte , 1970 , Ensaio
Governo e Comunicação , Ed. Imprensa Oficial , Belo Horizonte , 1971 , Monografia
Hippies – Protesto ou Modismo , Ed. Júpiter , Belo Horizonte , 1978
Antologia da Academia Montes-Clarense de Letras , Ed. Comunicação , Belo Horizonte , 1978 , Coordenação de Yvonne de Oliveira Silveira
Sangue em Jonestown, uma tragédia na Guiana , Ed. Júpiter , Belo Horizonte , 1979 , Ensaio
No rastro da Subversão , Ed. Faria , Belo Horizonte , 1991 , Ensaio
Darcy Ribeiro, o Ateu , Ed. Fumarc , Belo Horizonte , 1999 , Biografia
Notícias Via Postal , Ed. do Autor , Belo Horizonte , 2002 , Correspondências


E-mail: colunaMH@hojeemdia.com.br
Matéria originalmente publicada no Jornal "Hoje em Dia", Belo Horizonte/MG

< ÚLTIMA PUBLICAÇÃO | TODAS | PRÓXIMA>

LEIA MAIS


Alguém viu a igualdade ou a fraternidade por aí?, por Carol Westphalen.

Dez conversas: Diálogos pertinentes, por José Aloise Bahia.

Últimos post´s no Blog Verdes Trigos


Busca no VerdesTrigos