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Pedras Lapidadas

por Carol Westphalen *
publicado em 31/12/2005.

Infelizmente, algumas pessoas enxergam a velhice como um período negativo da existência do ser humano, já que é um momento da vida em que o corpo, às vezes, precisa pedir licença para acompanhar a mente. Sabemos tanto da vida, fizemos tantas coisas e ainda desejamos fazer mais. Não é fácil, pois precisamos da paciência e da sabedoria para nos aventurarmos nesse mundo tão cheio de novidades e obstáculos. Uma das coisas mais importantes da vida, quando se está na melhor idade, é saber transformar energias negativas em algo bom. Não é preciso sair em busca da alegria de viver, pois o segredo da felicidade está dentro de nós mesmos. Pode não parecer, mas a cada nascer do sol desperta uma linda criança dentro de nós.

Nosso nascimento é tão raro e precioso quanto o nosso tempo é curto, portanto, envelhecer é uma das coisas mais bonitas da vida. Muitas dádivas foram conquistadas e muitas ainda serão. Assim como um simples riacho contorna seus obstáculos com destreza, a vida mostra que o tempo vivido é um grande espetáculo onde a cada dia se consegue aperfeiçoar cada cena, cada gesto e, até mesmo, os improvisos. Devemos nos parabenizar todos os dias pelo caminho traçado com muita garra e um bocado de orgulho. Afinal, um pouquinho de orgulho não faz mal a ninguém.

Mais um ano se passou. Assistimos a muitas coisas da nova era acontecer. Mas o que realmente ficou dentre tantos acontecimentos? Devemos sempre nos lembrar de que somos tão bons quanto as melhores coisas que realizamos e que para sermos verdadeiramente felizes, precisamos nos apaixonar diariamente pelo sol, pelas nuvens, pelas flores, pelas crianças, pelos animais e, principalmente, por nós mesmos e por cada momento da vida. Depois de tantos anos vividos, aprendemos que o tempo vale muito mais que ouro. Neste novo ano, se desejarmos, tudo pode ser redescoberto, recomeçado, refeito ou redesenhado. E não podemos nos esquecer daqueles que encontramos durante nosso percurso, pois eles tecem e constroem, junto a nós, laços de ternura, aprendizagem e afeto. Lindos laços sólidos que nos fazem ser cada vez melhores do que já somos.

Feliz 2006!


*Essa foi uma interpretação de Carol da vida aos 75 anos de idade.

Sobre o Autor

Carol Westphalen: Caroline C. Westphalen nasceu em Porto Alegre, mas aos 10 anos foi morar em São Paulo. Formou-se em Comunicação Social e fez pós-graduação em Sócio-Psicologia. Atualmente, mora no litoral do Rio Grande do Sul, faz Psicologia e trabalha como jornalista/colunista.Em 1999, escreveu "Confluência dos Ws" (Editora Writers), uma pequena compilação de crônicas e contos, junto com o amigo Diego Weigelt, crítico de música e radialista. Carol reuniu algumas crônicas em 2004, mas ainda não tem editora. Sinto que meus textos incomodam. Também não gosto de perceber e encarar certas realidades, diz Carol.

Seus textos sobre comportamento e vida também podem ser lidos no site da revista TPM.Carol também escreve um diário: http://www.diariodecarolw.blogger.com.br

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