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R I C T O S

por Paulo da Mata-Machado Júnior *
publicado em 04/06/2005.

Risos, risos. Um reconhecimento algo conformado que a vida passou. Rugas que se apresentam no espelho e por fim nos confessamos seus autores. Fomos nós, foi a vida. Um reconhecimento algo constrangido, que vivemos. Um sopro de amor, de alegria, de esperança, e para cá tornamos. Moços outra vez. Manchados de batom, calças justas, signos, línguas justapostas. Sexo.

Os velhos risos agora rictos, conformados pelas comissuras flácidas dos lábios rugosos. A mãe, a esperança, a alegria. A alegria. A festa de barraquinhas do Colégio Santa Maria, internato das tias. A cidade e seus limites, a cidade e suas confrontações. Apesar de agredidos por sua grosseira e insultante mania conservadora, como a amávamos! Apesar da intolerância, do preconceito, do reacionarismo, nada podia substituí-la. Como a amávamos!

Era bom circular nas madrugadas pelas desertas árvores das avenidas. Langorosas, agradecidas ao mijo e vômito eventuais, era bom. Um mistério nos cercava e, conscientes disso, fazíamos por onde. O compromisso era simples, era amá-la apesar de tudo, apesar de sua insignificante pequenez, que, segredo compartilhado, nos tornava ainda mais cúmplices. As sombras nos sabiam, e nós, delas, conhecíamos os segredos. Os bondes! sobretudo os bondes que nos transportavam para a aventura, para o delírio. As fantasias jamais concretizadas e entretanto reais. As fontes. As fontes luminosas, os coloridos das moças em seu natural recato de feras enjauladas. Exalando cio.

Um ciciar nos bastava: conhecíamos o ondular das folhas tangidas, trânsidas pelos anseios do vento. Escutávamos os ritmos da terra e compartilhávamos de seus humores mais subterrâneos. Estávamos sempre no rumo do mundo, às conquistas que nos eram devidas, aos sorrisos a alegria que imaginávamos em toda a história do homem. Éramos felizes!

E por fim nos recolhíamos, certos das certezas mais simples e também mais íntegras que se pode ter: um céu, uma terra que um dia nos acolherá, um amor devaneado e quem sabe possível...

Sobre o Autor

Paulo da Mata-Machado Júnior: Sou mineiro do Rio de Janeiro, das vizinhanças da Praça da Bandeira, rua Mariz e Barros, ao lado do Instituto de Educação, cheio de meninas vestidas de azul e branco / trazendo um sorriso franco / no rostinho encantador: Hospital Gaffrée-Guinle, dezembro de 1942. Antes dos cinco anos virei ilhota, naquele paraíso tropical que era a Ilha do Governador dos anos quarenta: pescava, nadava, andava de bicicleta e nas horas vagas freqüentava com muita má vontade as aulas da escola 5-13 Rotary. E as matinês do Cine Miramar, religiosidade dominical.

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