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A onda que Peterson Rosa não quis pegar

por Carol Westphalen *
publicado em 14/02/2005.

Enfim, um texto novo! Assim como muitos, parei pra reformular alguns conceitos e fazer um balanço. Todo ano é a mesma coisa. A gente pára pra pensar nas coisas que podia ter feito melhor e nas que não fez. Parei, também, pra pensar no assunto da primeira coluna do ano. Mas vocês bem sabem que nunca fui boa nisso. Fico querendo falar sobre tudo e acabo falando sobre nada. Então, achei melhor não definir um tema específico. Gosto de escrever de maneira desatinada. Até consigo delimitar alguns parâmetros pra minha vida, mas na hora de escrever ou conversar costumo abrir alguns parênteses e, às vezes, acabo mesmo perdendo o fio da meada.

2005 mal começou e a gente já tem pano pra muita manga. Uma onda gigante acabou com a vida de quase 300 mil pessoas na Ásia antes mesmo do 1o de janeiro. O egocentrismo das ciências ocultas diz que a população mundial precisa diminuir pra evitar colapsos ainda maiores. Segundo o jornal The Observer, nos próximos 20 anos, mudanças significativas do clima no planeta irão trazer uma era de anarquia. Em alguns países a água, a comida e a energia já são artigos de luxo. Nostradamus já dizia que um dia a gente iria ter uma prévia da fúria da natureza. Aguardemos a próxima catástrofe!

Ao invés de catástrofes, que tal começar o ano falando de anomalias e bizarrices ou, melhor, insanidade? A gente podia julgar o Michael Jackson, mas, não. Além de deprimente, é wasting of time. (Brincar de Deus deve ser o oitavo pecado capital). Michael não teve uma infância muito louvável. Passou por poucas e boas nas mãos do pai. Antes de subir no palco, levava uma "merecida" tunda de laço. Dizem que, atualmente, ele sofre da Síndrome de Peter Pan. Quem é normal que atire a primeira pedra. Ééé... Hããã... Ronaldinho & Daniela Cicarelli? Não. Prefiro deixar pra tocar nesse assunto daqui uns dois anos. Nunca vi casamento de jogador de futebol durar mais que isso. Falar do Papa não vale. Ainda contra a vontade dele, agora, ele é café-com-leite. O Estado do Vaticano, apesar de ter 0,44 km2, tem seu próprio exército e, além disso, é adepto à Ufologia (Res Inexplicata Volans verbete incluído no Dicionário do Vaticano por ordem do próprio Karol Wojtyla).

Objetos Voadores Não Identificados. Já viram Mars Attack? Os americanos acreditam que um dia os extraterrestres irão aterrissar em Washington pra falar diretamente com Bush. Os americanos são extremamente narcisistas e, portanto, absurdamente patriotas. Ah, como os americanos são desinteressantes. (Brasileiro só é patriota quando tem Copa do Mundo ou quando é pra falar da Amazônia). Não tem como não falar em patriotismo quando o assunto é o povo americano. O patriotismo, segundo o ensaísta e escritor Jorge Boaventura, é o resultado da compatibilidade emocional que, espontaneamente, se estabelece entre o homem e seu ambiente físico-cultural, no decorrer do desenvolvimento da sua personalidade e integração no processo histórico. Patriota é aquele que ama e serve o país em que nasceu no matter what. O patriotismo é uma espécie de devoção. (No caso do Brasil, devoção sem divindades idôneas.) Existe uma espécie de relação entre o futuro patriota e seu país. É preciso que essa relação seja harmônica, saudável e, principalmente, recíproca. Basicamente, o sucesso de uma relação consiste no benefício que um vai oferecer ao outro e vice-versa.

Acredito que o patriotismo esteja relacionado um tipo de racionalização inconsciente dos sentimentos. De acordo com os estudos de Sigmund Freud a respeito da mente humana, a racionalizaçãoinconsciente dos sentimentos é um dos diversos mecanismos que a gente usa pra se proteger do desprazer provocado por situações constrangedoras, dolorosas ou desorganizadoras da estrutura psíquica. Assim como o recalque, a projeção, a sublimação e a formação reativa, a racionalização inconsciente de sentimentos é, também, uma forma de suprimir ou deformar a realidade. Esse mecanismo de defesa tem como objetivo proteger nossa consciência - tanto de impulsos internos quanto de exigências externas. A partir do momento em que gente começa a construir, do ponto de vista lógico, argumentos intelectualmente convincentes, coerentes e moralmente aceitáveis, pra explicar idéias, sentimentos ou qualquer outra expressão a racionalização inconsciente de sentimentos se torna nociva. A razão fica à mercê do irracional. Resumindo, os americanos têm como pai atual um homem que não sabe o que faz. Essa grande paixão que eles sentem não só pelo seu país, mas, também, pelo homem que os governa é que os torna incapazes de enxergar e assumir o que Bush realmente fez e quem ele realmente é.   

E, já que estamos falando em racionalização de sentimentos, por que não finalizar esse texto com uma dica pra leigos em artimanhas? A arte da guerra de Sun Tzu (500 a.C.). Li alguns comentários a respeito. Parece ser um livro interessante. Segundo grandes administradores de empresas, é um dos maiores tratados de estratégias de todos os tempos. (No momento, estou lendo Cartas a um jovem terapeuta, do Contardo Calligaris.) Certamente, Sun Tzu influenciou Maquiavel enquanto escrevia O Príncipe. (Será que o Bush leu A arte da guerra?) Além de general, Sun Tzu também foi um grande filósofo. Segundo o estrategista chinês, toda e qualquer espécie de conflito já é uma guerra. Ele fala sobre os 5 aspectos mais constantes de uma guerra: a Lei Moral, o Céu, a Terra, o Chefe, o Método e a Disciplina. O caminho da vitória se dá através do autoconhecimento, já que é impossível conhecer o outro sem antes conhecermos a nós mesmos; e através do sigilo a respeito do que está sendo elaborado, já que o surpreendido é sempre o perdedor. Sua intenção era esvaziar a capacidade do inimigo de se defender através da perda do desejo de fazê-lo. Vencer sem combater, esse era o lema de Sun Tzu. Uau! Dá pra tomar uma Kaiser antes? 

Sobre o Autor

Carol Westphalen: Caroline C. Westphalen nasceu em Porto Alegre, mas aos 10 anos foi morar em São Paulo. Formou-se em Comunicação Social e fez pós-graduação em Sócio-Psicologia. Atualmente, mora no litoral do Rio Grande do Sul, faz Psicologia e trabalha como jornalista/colunista.Em 1999, escreveu "Confluência dos Ws" (Editora Writers), uma pequena compilação de crônicas e contos, junto com o amigo Diego Weigelt, crítico de música e radialista. Carol reuniu algumas crônicas em 2004, mas ainda não tem editora. Sinto que meus textos incomodam. Também não gosto de perceber e encarar certas realidades, diz Carol.

Seus textos sobre comportamento e vida também podem ser lidos no site da revista TPM.Carol também escreve um diário: http://www.diariodecarolw.blogger.com.br

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