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Faltam Ombudsmans em Minas

por José Aloise Bahia *
publicado em 10/01/2005.

1. A comunicação social brasileira demanda hoje, novas necessidades. O seu exercício ético, acima de qualquer tipo de conselho - sob os impactos das contínuas integrações disciplinares, complexidades nas configurações e relacionamentos entre o público e o privado, entre os emissores e receptores, mudanças pra melhor nos esclarecimentos e entendimentos sobre a qualidade, a objetividade, a autocrítica -, requer pertinência e sabedoria para não perder o bonde da história. Surgem corporações modernas, dinâmicas, velozes, muitas vezes legitimadas por grandes avanços tecnológicos, enquanto o restante caminha, e vem se afirmando como novos protagonistas sociais. Até os mais simples já sacaram o óbvio: o que se pretende com o jornalismo é corresponder aos interesses da sociedade. Sem isto, nenhuma democracia existente consegue sobreviver. Eis a biodiversidade contemporânea saudável. Entretanto, ainda paira no ar, com uma insistência saudável, para este ano-novo, as palavras de Javier Dario Restrepor (El Colombiano), como bem aponta o professor Jairo Faria Mendes em O Ombusman e o Leitor, o questionamento fundamental: A pergunta é: A quem servimos?.

2. Com uma pitada de desgosto e outra de reconhecimento, acompanhando de bem perto, Marcelo Beraba na edição do dia dois de janeiro da Folha de S.Paulo apresentou em linhas gerais os erros e acertos das edições do ano passado. Porque desgosto? Em Belo Horizonte tem três grandes jornais diários. Nenhum deles possue uma coluna semanal ou quinzenal de um Mediador. Observa-se no máximo, quase sempre, ao lado dos editoriais as seções Cartas à Redação. Não que os jornais sejam ruins. Melhoraram bastante. Sempre que erram, estampam as erratas. Nem que seja ao pé da página. Pontos positivos: páginas de opiniões de terceiros. Os projetos gráficos estão mais enxutos. Matérias bem escritas. Fotografias e legendas elucidativas. Quase sempreboas coberturas. Algumas reportagens investigativas. Abertura de espaços para novas informações, principalmente nos cadernos culturais. Cronistas de peso. Artigos contemporâneos e de valor. Cadernos especializados. Coberturas políticas e esportivas, principalmente futebol, bem pautadas. Enfim, apresentam variedades para todos os gostos de leitores.

3. Entretanto, não sabemos da existência de bancos de dados atualizados. Sejam por manchetes, cadernos, notícias, assuntos, artigos e personagens. E o principal: os leitores estão satisfeitos com tais jornais? Acredito que em Minas Gerais existe massa crítica por parte dos leitores para comprovar, pelo menos em parte, o grau de interatividade e receptividade, tão importante na feitura de um jornalismo mais pleno, democrático, ético e de qualidade. Outra pergunta capital: existe em médio prazo o desejo de inserir a figura do ombudsman nos jornais? Esta pergunta tem que ser respondida pelos respectivos conselhos editorias, pois os leitores a merecem. Todavia, na trilha outros questionamentos: o público local quer tal espaço? Existem pesquisas de opinião e mercado para saber sobre isto? Num desdobramento: como o público, se é que ele deseja, fica sabendo se ouve ou não algum erro de apuração ou na edição das matérias?  

4. O importante é que seja um leitor exigente - Na quarta leitura de O Ombudsman e o Leitore neste cipoal de perguntas, devemos convergir os questionamentos apresentados. A quem servimos? E isto vale tanto para os jornais (a empresa) em questão como para os jornalistas. Não existem respostas imediatas. Vale observar: o interessante éque já temos uma certa experiência brasileira, acadêmica e prática sobre o assunto. Sejam para jornais de circulação nacional ou regional. Se a questão é a falta de idéias, vai uma sugestão aos jornais mineiros: façam como a revista Imprensa em 2000. Convidem um leitor para o trabalho de ombdusman. Seria ideal que fosse um leitor com formação na área. Talvez um professor de comunicação social. O mais importante é que seja um leitor exigente.

5. É de uma necessidade tamanha para a imprensa mineira um estudo apurado sobre o porquê de ainda não termos ombudsman nos três principais jornais do Estado. Que fique bem claro, não se trata de abrir feridas. Tão pouco cicatrizá-las. Vamos dizer que a questão seria semelhante o efeito de uma vacina. Isto mesmo. Criar anticorpos e fortalecer a comunicação social. Na feitura do bom jornalismo, a empresa e o trabalhador podem confluir para germinar tal propósito. Capital e trabalho juntos. Porque não!? Por mais distantes em seus interesses, caminham juntos, afinal os dois, no âmbito da comunicação social estão a serviço de quem: da sociedade. Dos leitores. Aquele que assina e compra os periódicos nas bancas de jornal.

6. A implementação dos ombudsmans nos jornais de Belo Horizonte é um trabalho de responsabilidade social. Tem que partir dos dois: das empresas e dos jornalistas. Consultas de ambos os lados são importantes para o começo de um novo processo. Guardadas as devidas funções, limites e independências para o exercício da função de ombudsman, o diálogo ainda é a palavra mais importante. Diálogo acompanhado de reflexão. Fica a sugestão de ano-novo esta pendência à imprensa mineira. Para os mineiros (proprietário e jornalistas) que quiserem se aprofundar mais, em vista da necessidade e urgência - uma futura e possível implementação, eu espero - visitem o saite: www.ombudsmaneoleitor.com.br.

Sobre o Autor

José Aloise Bahia: José Aloise Bahia nasceu em nove de junho de 1961, na cidade de Bambuí, região do Alto São Francisco, Estado de Minas Gerais. Reside em Belo Horizonte. Tem ensaios, críticas, artigos, crônicas, resenhas e poesias publicadas em diversos jornais, revistas e sites de literatura, arte e imprensa na internet. Pesquisador no campo da comunicação social e interfaces com a literatura, política, estética, imagem e cultura de massa. Estudioso em História das Artes e colecionador de artes plásticas. Sócio fundador e diretor de jornalismo cultural da ALIPOL (Associação Internacional de Literatura de Língua Portuguesa e Outras Linguagens) Estudou economia (UFMG). Graduado em comunicação social e pós-graduado em jornalismo contemporâneo (UNI-BH). Autor de "Pavios Curtos" (poesia, anomelivros, 2004). Participa da antologia poética "O Achamento de Portugal" (anomelivros, 2005), que reúne 40 poetas mineiros e portugueses contemporâneos.


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