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Histórias de Natal

por Maria Cristina Castilho de Andrade *
publicado em 23/12/2004.

Natal. Histórias de Natal. Cada um tem a sua, com sapatinhos ou não nas janelas, com chaminés, presépios, pinheiros... Há o conto, não me lembro o autor, A pequenina vendedora de fósforos. Menina em solidão, a vagar pelas ruas, cuja avóveio ao encontro. Rompeu-se o gelo que a circundava e as pessoas, envoltas na euforia da fartura que passa, não a viram. Continuaram no álcool, no excesso, nos gritos que mascaram vazios.

Possuo também os meus registros. Lembro-me de uma crença ligeira em Papai-Noel. Deveria estar com cinco ou seis anos. O Menino Deus, contudo, sempre foi o centro da espera e do dia.

Algumas bonecas, o boizinho rosado e a geladeira com pilha ficaram na lembrança.

Muitas imagens vieram-me ao ler, recentemente, o poema À Luz da Vela, de Nilza Amaral, ficcionista e romancista brasileira. Tocaram-me os versos: Quando eu era menina no passado/ vagava pelas sendas de meu ser/ me procurando./ Brincava de casinha,/ fazia ambrosia de mentira,/ e embalava bonecas de pano/ com caras de bruxas. (...) Sonhava com sapatinhos vermelhos,/ ouvia minha avó contar histórias,/ das princesas que beijavam príncipes/ disfarçados de sapos./ E queria virar gente grande. (...) O vento levou o tempo/ das sementes mastigadas germinarem.(...) E o espelho me diz:/ eu sou você/ que no tempo viajamos juntos.

Procurava-me, naquela época, ao lado dos pacotes coloridos, que dificilmente continham surpresas. A emoção maior vinha de observar o Menino no presépio e os acontecimentos que O envolviam. Reis Magos e Pastores faziam parte de meus encantos.

O vento levou o tempo... O Menino continua o meu encanto maior. Neste Advento, Ele chegou numa frase de nosso Bispo Diocesano Dom Gil Antônio: Na gruta de Belém não havia portas. Eu sabia disso, mas não colocara forte em mim. Cinqüenta anos já vivi e, diante do espelho, que viajou comigo, percebo, sem disfarces, que meu coração ainda não se fez presépio. Há, nele, portas com ferrolhos para pessoas que me incomodam. Desejo, pela misericórdia de Deus, mudar!

Feliz Natal para você e sua família! Que possamos todos folhear as imagens bonitas que permaneceram, sentir os aromas da festa, abraçar com ternura as pessoas, ouvir a música dos sinos e, principalmente, ser a gruta, que, em Belém, acolheu pastores e reis.

Sobre o Autor

Maria Cristina Castilho de Andrade: Cristina Castilho é professora de Português e agente das Pastorais da Mulher e a Carcerária. No trabalho com mulheres prostituídas e presidiários, circulou e circula pelo submundo, conhecendo sua realidade. Seu livro de crônicas conta a história das pessoas com quem se deparou no submundo do mundo. Escreve semanalmente no Jornal da Cidade de Jundiaí; mensalmente no Suplemento Estilo do Jornal de Jundiaí - Regional e, quinzenalmente, no Jornal de Abrantes - Portugal.

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