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O aqüifero Guarani

por Leonardo Boff *
publicado em 28/10/2007.

A água potável é uma das preocupações maiores da humanidade, pois somente 0,7% dela é acessível ao uso humano. Um bilhão de pessoas tem água insuficiente e dois e meio bilhões não dispõem de saneamento básico. Como na fase planetária da humanidade não há um contrato social mundial que confira caráter civilizado às relações entre os povos, são muitos os que postulam criar tal pacto ao redor daquilo que absolutamente interessa a todos: a água potável.

O Brasil comparece como a potência mundial das águas, pois aqui está 13,8% de toda água doce do planeta. E ainda dispomos junto com a Argentina, o Uruguai e o Paraguai do maior aqüifero do mundo (águas subterrâneas), o Aqüifero Guarani. Possui um volume maior que toda a água contida nos rios e lagos da Terra. Para o interesse dos leitores oferecemos dados de três especialistas do Paraná em sua minuciosa pesquisa "Aqüifero Guarani" (2004), de Nadia Rita/José Roberto Borghetti e Ernani Francisco da Rosa Filho.

Antes de mais nada cabe dizer que não se trata de um lago subterrâneo, mas de uma cadeia imensa de aproximadamente 1,2 milhões de km quadrados de rochas arenosas, saturadas de água que ficam, em média, entre 70 a 800 metros abaixo do solo, perpassando 8 Estados (70,2% da área do aqüifero): Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A área total do aqüifero é de 1.195.500 km quadrados, superior à soma da França, Espanha e Inglaterra juntos.

Seu surgimento geológico é muito curioso. O aqüifero está assentado sobre um deserto pre-histórico, da era mesozóica (há uns 200 milhões de anos), sobre o qual os ventos formaram extensos campos de dunas. No período do cretácio (há cerca de 125 milhões de anos) houve formidáveis irrupções vulcânicas que recobriram de lava toda aquela região arenosa. Surgiu aquilo que hoje se chama Formação Serra Geral. A lava solidificada estancou a areia de alta porosidade permitindo grande acúmulo de água, cerca de 48.000 km cúbicos (48 quatrilhões de litros). O potencial de extração, sem riscos para o aqüifero, é da ordem de 40 km cúbicos anuais (cerca de 40 trilhões de litros). O aqüifero não é contínuo. Em vários lugares como no Paraná está completamente compartimentado, havendo uma espécie de diques verticais basálticos que isolam as águas, armazenando-as por até 30.000 anos.

Há três tipos de águas no sistema Guarani, tipicamente água doce com total mineralização, água salobra e água alcalina. O uso principal das águas no Brasil é para abastecimento da população(70%), para uso industrial (25%) e para turismo hidrotermal (5%). Isso é feito lá onde ele aflora ou então por poços cuja profundidade varia de 300 a 800 até 1.795 metros de profundidade conforme as regiões com vazões da ordem de 75 e 520 metros cúbicos por hora.

Os estudos têm revelado que as águas do Aqüifero Guarani estão ainda livres de contaminação. Mas em regiões de recarga, especialmente de intensiva atividade agroindustrial como em Ribeirão Preto, Araraquara e Piracicaba a vulnerabilidade é maior em razão dos pesticidas.

Como o aqüifero envolve quatro paises, estão se formulando políticas comuns no sentido de preservar este bem natural e imprescindível e torná-lo disponível não só para nós mas também para a humanidade sedenta e faminta.

Sobre o Autor

Leonardo Boff: Leonardo Boff nasceu em Concórdia, Santa Catarina, aos 14 de dezembro de 1938. É neto de imigrantes italianos da região do Veneto, vindos para o Rio Grande do Sul no final do século XIX.Fez seus estudos primários e secundários em Concórdia-SC, Rio Negro-PR e Agudos-SP. Cursou Filosofia em Curitiba-PR e Teologia em Petrópolis-RJ. Doutorou-se em Teologia e Filosofia na Universidade de Munique-Alemanha, em 1970. Ingressou na Ordem dos Frades Menores, franciscanos, em 1959.

Durante 22 anos, foi professor de Teologia Sistemática e Ecumênica em Petrópolis, no Instituto Teológico Franciscano. Professor de Teologia e Espiritualidade em vários centros de estudo e universidades no Brasil e no exterior, além de professor-visitante nas universidades de Lisboa (Portugal), Salamanca (Espanha), Harvard (EUA), Basel (Suíça) e Heidelberg (Alemanha).

É doutor honoris causa em Política pela universidade de Turim (Itália) e em Teologia pela universidade de Lund (Suécia), tendo ainda sido agraciado com vários prêmios no Brasil e no exterior, por causa de sua luta em favor dos fracos, dos oprimidos e marginalizados e dos Direitos Humanos.

De 1970 a 1985, participou do conselho editorial da Editora Vozes. Neste período, fez parte da coordenação da publicação da coleção "Teologia e Libertação" e da edição das obras completas de C. G. Jung. Foi redator da Revista Eclesiástica Brasileira (1970-1984), da Revista de Cultura Vozes (1984-1992) e da Revista Internacional Concilium (1970-1995).

É autor de mais de 60 livros nas áreas de Teologia, Espiritualidade, Filosofia, Antropologia e Mística. A maioria de sua obra está traduzida nos principais idiomas modernos.

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