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O homem do toque de ouro

por José Aloise Bahia *
publicado em 08/07/2006.

E lá estava ele dançando pelo gramado. Na falta, no lançamento, a bola faz um arco do triunfo. Dribla o vento, como uma suave música passa pela zaga, e cai lentamente nos pés do colega que arremata para a rede.

O balet francês girou, girou, bailou. Deitou e rolou. Estampado pelo azul, branco e vermelho, cores que acalentam um ensaio de orquestra com seus músicos criativos, soberbos, impolutos. Incríveis. Afinados. Plurais. O maestro da sinfonia tem um nome: Zinedine Zidane.

Ele não se preocupou em bater forte na bola. Somente colocou. Antes disso, estava em todo o campo. Cobrindo, marcando, criando e abrindo espaços. Ele não deu mole pra ninguém. Eis o homem do toque de ouro. Quando esperavam que terminasse a Copa do Mundo de uma maneira patética, ensinou a todos o valor da idade. Da experiência. Demonstrou que iniciativa e garras afiadas habitam as pernas do le coq sportif.

O resultado impediu o avanço do Brasil, uma seleção covarde e sem raça, mas o destino do homem do toque de ouro já estava traçado. A sua determinação é tanta, que faz dele um jogador fora de série. Deixou para trás um bando de “galáticos” atordoados e caminha rumo aquilo que merece, a consagração nos gramados germânicos.

Enquanto determinado técnico insistia num esquema tático que não levaria a lugar nenhum, os jogadores adversários eram notáveis. Muito mais, com liberdade, igualdade e fraternidade pareciam deuses conduzidos por uma flauta mágica que encheu os meus olhos de graça.

Tive a sensação de um espetáculo natural de grande beleza estética. Na realidade, eu vi também um grande jogador fazer aquilo que os “outros” queriam e não conseguiram. Pois lhes faltaram a convicção, o carisma, a dignidade e o respeito às suas histórias e a do seu país. Reenfatizando, o homem do toque de ouro fez uma nação de mais de 180 milhões de habitantes calar o bico.

O que pode ser dito aos outros times finalistas, para Portugal em especial, é que a agremiação francesa merece respeito. Deve correr muito, se é que queiram parar os destemidos bleus. Pode ser que consiga, mas quem tem um maestro chamado Zinedine Zidane, por mais velho que seja, está muito bem acompanhado.

A Copa do Mundo ficou mais madura e menos volúvel diante dos sonhos inocentes de mentes (a)traídas pelos desejos bestas. Se eu fosse o Parreira ajoelharia aos pés do jogador, abriria o bico e faria um pedido: - Zidane não encerre a carreira, ensine pra nós como é dar um verdadeiro toque de ouro e graça à nossa seleção. O futebol merece.

Sobre o Autor

José Aloise Bahia: José Aloise Bahia nasceu em nove de junho de 1961, na cidade de Bambuí, região do Alto São Francisco, Estado de Minas Gerais. Reside em Belo Horizonte. Tem ensaios, críticas, artigos, crônicas, resenhas e poesias publicadas em diversos jornais, revistas e sites de literatura, arte e imprensa na internet. Pesquisador no campo da comunicação social e interfaces com a literatura, política, estética, imagem e cultura de massa. Estudioso em História das Artes e colecionador de artes plásticas. Sócio fundador e diretor de jornalismo cultural da ALIPOL (Associação Internacional de Literatura de Língua Portuguesa e Outras Linguagens) Estudou economia (UFMG). Graduado em comunicação social e pós-graduado em jornalismo contemporâneo (UNI-BH). Autor de "Pavios Curtos" (poesia, anomelivros, 2004). Participa da antologia poética "O Achamento de Portugal" (anomelivros, 2005), que reúne 40 poetas mineiros e portugueses contemporâneos.


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